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Metodos de Propagação

Metodos de Propagação

 

Os principais métodos são:

  • Por sementes
  • Por estaquia
  • Por alporquia

1) Sementes: é o melhor método para algumas espécies, como por exemplo os Pinheiros. É um método no qual se consegue excelentes estruturas de bonsai, entretanto é extremamente lento, o que muitas vezes desmotiva principalmente o iniciante.

Algumas sementes necessitam que sua dormência seja quebrada, através do processo de extratificação, que consiste basicamente em deixá-las em repouso dentro da geladeira.

Procedimento geral para extratificação de sementes:

  • Deixar as sementes de molho na água por um período de 2 a 3 dias. Usar as sementes que afundarem.
  • Envolvê-las em vermiculita ou areia úmida, colocá-las em um saco plástico (pode ser este que se usa para ir ao freezer)
  • Deixá-las na geladeira, na gaveta de legumes, por um período de 12 a 16 semanas, sendo que deve-se ter em mente que a data ideal para o plantio é o início da primavera, ou seja, as sementes deverão ser colocadas na geladeira preferencialmente nos meses de maio e junho
  • Observar periodicamente se houve alguma germinação. Neste caso pode-se fazer o plantio antes do prazo previsto.
  • Ao serem tiradas da geladeira, antes do plantio, deixá-las de molho por 24 horas.
  • Pode-se usar para o plantio os recipientes específicos para este fim, com cavidades individuais para cada semente, normalmente encontrados em lojas agropecuárias ou ainda bandejas.
  • Pode-se usar também mistura esterilizada, que é facilmente encontradas em lojas agropecuárias

Existem também as sementes que devem ser usadas quando frescas, ou seja, logo após serem recolhidas. A mistura o e recipiente podem ser os mesmos já mencionados anteriormente. Uma outra sugestão de mistura é 70% de areia e 30% de terra preta.

Após a semeadura, deveremos dispor em local sombreado e bem ventilado, tendo-se o cuidado de manter uma umidade constante. Decorridos ± 30 dias da germinação, as pequenas mudas podem pegar o sol da manhã. Uma adubação leve pode ser feita a partir deste período (diluir 1/5 da dose recomendada pelo fabricante, regando semana sim semana não. Após cerca de 1 ano as mudas podem ser replantadas, quando deverá ser feita a primeira poda de raízes, retirando-se as raízes pivotantes (que estão orientadas verticalmente), preservando as horizontais, que no momento do plantio deverão ser dispostas radialmente, para que se forme uma boa estrutura de raízes.

2) Estacas: Existem 3 tipos de estacas: as de ponteiro, as intermediárias e as basais, que são estacas com diâmetro muitas vezes superiores a 1 cm. Entende-se como estacas intermediárias os galhos do 2º ano de crecimento.

Este método para algumas espécies é bastante eficaz, pois reduz bastante o tempo para se chegar a um bonsai, quando comparamos com o método por sementes, principalmente para as espécies em que se pode usar estacas basais, que muitas vezes já tem o diâmetro de tronco desejado. Os melhores períodos são o início da primavera e o final do verão, para as estacas de ponteiro e intermediárias e o início do Outono para as estacas basais. Esta é apenas uma orientação geral, pois pode-se conseguir bons resultados fora dessas épocas. A seguir veja tabela contendo algumas orientações sobre a estaca ideal para cada espécie

Tabela 1 - Tipos de Estacas

Espécie   (nome popular mais usado)

Tipo   de Estaca

Amoreira

Basal

Azaléas

Ponteiro

Azevinho

Ponteiro

Bordos (Acer)

Ponteiro e Intermediária

Buxus (Buxinho)

Ponteiro

Caliandra (Esponjinha)

Ponteiro

Carmona

Ponteiro

Cerejeira

Intermediária

Criptoméria (Cedro Japonês)

Ponteiro

Eugênia

Intermediária

Falso Cipreste Anão (Nanã)

Intermediária

Ficus

Ponteiro, Intermediária e Basal

Gingko

Basal

Ipê

Basal

Jasmin

Intermediária e Basal

Jacaré (Juníperus Horizontalis)

Intermediária

Juníperos em Geral

Intermediária

Lingustro

Ponteiro

Manacá

Intermediária

Murta

Intermediária

Olmo (Ulmus)

Ponteiro

Paineira

Ponteiro, Intermediária e Basal

Pingo de Ouro (Duranta)

Ponteiro e Intermediária

Piracanta

Intermediária

Ptecolobus

Intermediária e Basal

Romã

Ponteiro, Intermediária e Basal

Serissa

Ponteiro e Intermediária

Tuia Azul (Junípero Prateado)

Ponteiro

Zelcowa

Ponteiro

O solo ideal é a areia, mas deixa a estaca muito vulnerável a ação dos ventos, pois as estacas devem permanecer sem serem tocadas até o aparecimento de um bom nº de raízes, que garantam sua fixação. Uma boa alternativa é usar uma mistura composta de 70% de areia e 30% de terra preta.

A estaca deverá ter preferencialmente o tamanho de um lápis. O corte na sua base deverá ser inclinado (ângulo em torno de 45°) e próximo a um nó, que é o local mais favorável ao aparecimento de raízes. Para estacas mais grossas podem ser feitos dois cortes inclinados na base, sendo um deve ser maior do que o outro.

As folhas no terço inferior da estaca deverão ser removidas, preferencialmente com o uso das mãos e não com tesoura. Uma boa prática é a de deixar sempre algumas folhas para se verificar se secou ou não. Folhas muito grandes poderão ser cortadas ao meio. Se deixarmos muitas folhas na estaca ocorrerá uma perda excessiva de umidade, o que poderá comprometer o processo de enraizamento

Existem alguns hormônios que ajudam no processo de enraizamento, sendo que os melhores são os que tem como base o Ácido Indol Butílico (IBA) . Pode-se também regar as estacas com hormônios a base de Tiamina. Para as estacas basais, uma boa prática é a deixá-las com o local onde serão plantadas, mergulhadas em hormônio enraizador por ± 24 horas. Para as de ponteiro e intermediárias deveremos plantá-las o mais rápido possível, sendo que podemos fazer uso de hormônio em pó, molhando a ponta e passando no hormônio e plantando em seguida.

O recipiente em que serão colocadas as estacas, deverão ter uma profundidade suficiente para que ela fique firme (enterrar cerca de 1/3 do seu tamanho), sem contudo encostar no fundo. Uma sugestão é o uso de garrafas de refrigerante de 2 litros cortadas ao meio e furadas na parte inferior para uma boa drenagem e, por serem transparentes podemos acompanhar o processo de enraizamento. Costumo usar esse método para as estacas com maior potencial de enraizamento, pois posso deixar até o momento de fazer uma poda de raiz.

È importante manter a umidade nas estacas, e assim sendo, se não podemos borrifas as folhas pelo menos 3 vezes por dia, poderemos então fazer uso de um plástico transparente por cima das estacas, lembrando de deixar sempre alguma abertura para circulação do ar.

3) Alporquia: este método consiste basicamente em interromper o fluxo de seiva em um determinado ponto da planta, imediatamente abaixo do ponto de onde queremos fazer a divisão, forçando o aparecimento de novas raízes. Os 3 tipos básicos são a alporquia aérea (também chamada de Anel de Malpighi), a de solo e o torniquete, que é um método mais suave. O período ideal para a alporquia é o início da primavera ou o final do verão.

Na alporquia de solo, utilizamos um galho longo, que possa ser dobrado até o chão ou ainda pode-se usar um vaso colocado ao lado do galho que se pretende usar. Para facilitar podemos retirar uma parte da casca (± metade do diâmetro do galho por um comprimento de ± 2 vezes o seu diâmetro), do lado que estiver para baixo (em contato direto com a terra). Após o período recomendado (ver tabela 2), faz-se uma inspeção e se a quantidade de raízes for suficiente, o galho é então separado da planta mãe e plantado em outro vaso, se não coloca-se a terra de volta e aguarda-se por mais um tempo.

Na alporquia aérea, retira-se a casca em torno de todo o galho (para espécies mais delicadas, pode-se deixar uma pequena faixa que é chamada de ponte). O comprimento do corte deverá ser de 2 a 3 vezes o diâmetro do tronco. O processo se inicia deixando uma quantidade de esfagno suficiente de molho em hormônio enraizador por período de no mínimo 2 horas. Pode-se usar também hormônio enraizador em pó, no local de onde se retirou a casca. O local sem casca é cuidadosamente envolvido com o esfagno, que é preso com o uso de uma fita ou ráfia, sem apertar muito. A bola de esfagno deverá ter um diâmetro suficiente para permitir o desenvolvimento das raízes. Depois disso, cobre-se tudo com um plástico que pode ser de cor preta para evitar a entrada de raios solares (as raízes são foto sensíveis), prendendo-o tanto na parte inferior quanto na superior, tendo-se o cuidado de deixar uma pequena abertura por onde irá entrar a água, Ao invés desse plástico, pode-se usar também um pequeno vaso ou copo descartável, o qual é cortado ao meio, arrumado em volta da "bola de esfagno" e o restante do recipiente completado com terra. Após ter decorrido o tempo sugerido na tabela 2, fazemos uma inspeção na raízes agimos conforme na alporqia de solo, tendo o cuidado de não desmanchar a bola de esfagno, sob o risco de danificar as raízes que neste momento são muito delicadas.

No método do torniquete usamos o mesmo procedimento da alporquia aérea, sendo que não cortamos a casca. O que se faz é enrolar no galho um arame de cobre com diâmetro de ± 3mm, fazendo-se um torniquete até que metade do diâmetro do arame penetre na casca. Esse método é usado em plantas que não toleram uma interrupção radical no fluxo da seiva (caso particular das coníferas)

Tabela 2 - Método e tempo médio de Alporquia

Espécie   (nome popular mais usado)

Método   Recomendado

Tempo   Médio

Azaléas

Torniquete

4 meses

Bordos (Acer)

Anel de Malpighi

2 a 3 meses

Cerejeira

Anel de Malpighi

6 meses

Falso Cipreste Anão (Nanã)

Torniquete

4 meses

Ficus

Anel de Malpighi

2 meses

Jacaré (Juniperus Horizontalis)

Anel de Malpighi

6 meses

Jabuticabeira

Anel de Malpighi

1 a 2 anos

Pinheiro Negro

Torniquete

1 a 2 anos

Piracanta

Anel de Malpighi

3 meses

Pitangueira

Anel de Malpighi

1 a 2 anos

Romã

Anel de Malpighi

3 meses

Shimpaku (Juniperus Chinesis)

Anel de Malpighi

2 a 3 meses

Tuia Azul (Junípero Prateado)

Anel de Malpighi

6 meses